segunda-feira, 31 de março de 2008

My fair "Juls"...

Muita gente nao sabe, muita gente esqueceu que Audrey Hepburn nao canta na sua interpretacao de Eliza Doolitle em “My fair Lady“ (Minha bela dama, Warner 1964). Uma cantora chamada Marni Nixon emprestou-lhe a voz: Marni, aliás, já tinha emprestado sua voz várias vezes... entre elas para Deborah Kerr no “The King and I” (O rei e eu) e para Natalie Wood em “West Side Story” (Amor, sublime amor). Só uma única vez Marni apareceu nas telas... Como uma das freiras em “The Sound of Music” (A novica rebelde).

Muita gente nao sabe, muita gente se esqueceu que Julie Andrews criou o papel de Eliza Doolitle na Broadway.
Para a estacao de 1955/56 na Broadway, Julie fez uma audicao para Richard Rodgers para o musical “The pipe dream” . Mr. Rodgers perguntou à jovem cantora/atriz, que tinha alcancado um status à la “Broadway’s darling” por sua interpretacao de Polly na peca “The boyfriend” (vide minha postagem “The boyfriend”), se ela tinha já audicionado também para outros compositores ou produtores. Ela foi muito sincera e disse: “Sim, sim, eu audicionei para Mr. Lerner e Mr. Loewe. Ambos estao preparando um musical baseado em Pygmalion de George Bernard Shaw”. Mr.Rodgers refletiu por alguns segundos e respondeu: “Se eles lhe pedirem para fazer Pygmalion, aceite. Senao, volte aqui e o emprego é seu!”. Como Julie disse anos depois: “It was very good advise – Thank you, Mr. Rodgers”.

Ela imortalizou Eliza com seu desempenho. Virou a rainha da Broadway... Uma tia minha assistiu-a na Broadway e nunca parou de elogiá-la (No época da estréia brasileira foi dito que Bibi Ferreira foi a melhor Eliza do mundo... ooops, desculpem, estou só citando o que me foi dito!). Em alemao se diz: Nao compare macas com peras...
Por falar nisto, Minha bela Dama estreiou em 1963 no teatro Joao Caetano no Rio com Ferreira e Autran ... Por estas alturas, Julie, depois de sua temporada na Broadway (1955/56 e 1957), já tinha feito à partir de 1958 uma temporada de 18 meses em Londres, estreiado em 3 de dezembro de 1960 em "Camelot" com Richard Burton e por voltas de 1963 estava ensaiando e depois filmando “Mary Poppins”, que lhe daria o Oscar de melhor atriz de 1964 – isto só para acabar com a lenda de que tanta gente “viu” Julie na Broadway em My fair Lady durante os anos 60, uma coisa que seria físicamente impossível...
A cerimonia do Oscar de 1964 foi interessantíssima: Julie ganhou a famosa estatueta por sua "Poppins"e no mesmo ano Audrey Hepburn nao chegou nem à ser nominada por sua Eliza, papel criado no teatro por Julie. Realmente um triunfo particular para Julie que ao receber seu premio disse: “You americans are known for your hospitality, but this is ridiculous!!!! “. Pode-se bem imaginar o que Mr. Warner deveria estar pensando depois de recusá-la por ser muito baixa, ter um queixo muito comprido e "só" ser conhecida na televisao e no teatro dos U.S.A...
De volta ao teatro:
As estórias sobre a criacao de My fair Lady sao interessantíssimas. Principalmente as estórias sobre as músicas que foram cortadas do show. Houve um grande cuidado em nao usar a palavra “amor” em nenhuma das cancoes de Eliza e Higgings. Muito inteligente decisao, já que a relacao de Mr.Higgins e Eliza é, de certa forma, superior à uma forma “tradicional” de amor, principalmente a nocao que era usada no meio dos anos 50 na Broadway. Vide “Caroussel”, “South Pacific”, “Oklahoma” entre tantos outros...

Um porém engracado: a inglesíssima Julie aprendeu seu “cockney” com um professor de fonética americano...

Uma das cancoes que foi cortada foi parar em 1958 no filme “Gigi” (Também de Lerner & Loewe) interpretada por Leslie Caron (ou melhor, pela cantora que lhe emprestou a voz) : Say a prayer for me tonight... uma cancao que em My fair Lady tinha seu lugar antes de uma insegura Eliza vestir-se para o baile (a cena foi totalmente cortada), foi encaixada na cena em que uma insegura Gigi está para vestir-se para sair com Gaston para o seu primeiro “Rendevouz” no Maxime’s.

O elenco era maravilhoso. Julie, Rex Harrison, Stanley Holloway, Robert Coote... E uma das atrizes coadjuvantes mais versáteis do cinema e do teatro interpretando Mrs. Higgins, a mae do professor: Cathleen Nesbitt. Esta atriz é muito conhecida no Brasil por causa de um filme que virou um clássico aqui: "An affair to remember" (Tarde demais para esquecer, 1957) com Cary Grant e Deborah Kerr. Ela é “Janou” a vovó querida de Cary Grant neste filme lacrimejante (Para os mais jovens: alguém viu “Sleepless in Seattle”? Voilá!).
O papel de Mrs. Higgins foi feito nas telas por uma outra inglesa versatilíssima: Glady Cooper, sobre quem desejo um dia escrever uma postagen muito especial!

Bem, estou só comecando com todas estas estórias... Como diria a própria Eliza:
“Just you wait!”

quinta-feira, 27 de março de 2008

A volta da (um pouco mais) velha senhora...

Gelsey de volta, depois de alguns anos escondida na Austrália! Esta „danada“ que tanto nos encantou no final dos anos 70 e que depois parou a carreira por causa de drogas, está de volta! Uma cinquentona com um grande conhecimento de ballet e uma “maleta de experiencias pessoais” que usa maravilhosamente no palco.

Deixem as jovens fazer os 32 fouettés en tournant... as nao mais tao jovens usarao vestidos longos e mostrarao todas suas emocoes no palco.

Gelsey que brilhou ao lado de um jovem Baryshnikov (ah, que dupla... os assisti em Viena no pas-de-deux de "Le Corsaire"). Gelsey que nao só dancou com mas também namorou Peter Martins e Patrick Bisell (este foi encontrado morto no seu apartamento de Manhattan por causa de drogas!).

* Gelsey a mais complexa Giselle, engracada Swanilda e pura Clara ...e Gelsey a complicada.
* Gelsey a mais vulnerável Julieta de MacMillan e dinamica Kitri.
* Gelsey que quase se perdeu por querer imitar Natalia Makarova e que sofreu de bulemia.
* Gelsey que tentou trabalhar o passado com sua autobiografia “Dancing on my grave” – que título mais carismático para uma intérprete de Giselle. Gelsey a (muito) drogada.
* Gelsey que abandonou o New York City Ballet e os ballets de Balanchine para dedicar-se à um outro tipo de repertório, como o do American Ballet Theatre e que teve que domar o corpo de novo, pela diferenca de estilo entre estas duas companias.
* Gelsey a “boba” que recusou “Push comes to shove” – o legendário ballet de Twyla Tharp – por ser “muito contemporaneo”.
* Gelsey que recusou o papel de Amelia em “The turning point” (Momento de decisao).
* Gelsey que já nos anos 70 acreditava em cirurgia plástica e Gelsey que mandou “consertar” diversas partes do seu corpo.
* Gelsey a brilhante. Gelsey que passava a impressao de ter as pernas mais rápidas do mundo (como disse Edward Vilella).
* Gelsey, uma chata, muito radical em suas opinioes sobre danca. Talvez seja assim até hoje, quem sabe?

Mas o mundo do ballet só viu pouquíssimas vezes talento assim. Chata ou nao, uma grande artista!

Ela voltou com o Ballet do Covent Garden... e eu imagino que o mundo ainda nao viu uma Carabosse assim: tao malévola quanto fascinante!

quinta-feira, 20 de março de 2008

The boyfriend (1971)


Acabei de encontrar este filme no ebay.com, enlouqueci por completo e pedi-o (usado, em formato VHS pois nao existe como DVD) caríssimo pelo internet... Mas estas coisas sao maravilhosas e, para mim, nao só imperdíveis como essenciais... Jamais poderia viver sem meus livros, minha música (Cds, Cassetes e ainda – é verdade – discos!!!) e sem meus filmes...

Uma dessas coisas inexplicáveis da vida… Existem filmes, atores, cantores e bailarinos muito melhores assim como musicais muito superiores... Mas desde que um belo dia “descobrimos” The Boyfriend (UK, MGM 1971, título brasileiro: O namoradinho), nunca mais paramos de amar e venerar este filme...
Este é o filme “menos” Ken Russell que Ken Russell já fez mas uma completa declaracao de amor nao só ao musical de Hollywood como ao teatro em si – que neste caso é quase como uma caixinha de brinquedos, cheio de surpresas gostosas, coloridas, divertidas...

Nao posso até hoje esquecer de uma tarde nos anos 70, na minha casa no Rio: Monica, meu amigo Cláudio de Berlim e eu, tres sapateadores inveterados na época , assistindo o filme
pasmem pois ainda nao existiam video recorders muito menos DVD recorders !!!!! – enquanto eu gravava as músicas com o meu gravadorzinho portátil da Sanyo pois nem um sound-track do filme existia no Brasil para se comprar... a gente se contentava com muito pouco em comparacao à hoje... é, para soar como a tia-avó de alguém: “Como os tempos mudaram”. Mas é verdade mesmo! He he...

Originalmente The Boyfriend, de Sandy Wilson, foi produzido em Londres em 1953. O elenco londrino nao foi para a Broadway am 1954. No lugar deste um novo elenco, liderado por uma jovem de 19 anos, que apesar de ter assinado um contrato por só um ano (para nao ficar mais do que este tempo “longe de casa e dos pais”) nao sabia que brevemente se transformaria na rainha da Broadway e jamais voltaria à morar no U.K. – nao só por causa de “The boyfriend” mas também por “My fair Lady” (1955/56) e “Camelot” (1960): Minha querida Julie Andrews!!!

Imaginem só o que acontecia em 1954 na Broadway... pecas como South Pacific, Pajama Game, Can-Can, The King and I... Atrizes, fantásticas leading ladies, como Gwen Verdon, Mary Martin, Ethel Merman, Judy Holiday, Carol Haney, Gertrude Lawrence apresentando-se ao mesmo tempo numa “rua” entre a 42nd e 53rd…

Para o filme Ken deixou a trama ingenua ser uma parte “secundária” do enredo, como uma peca que está sendo apresentada num pequeno (e barato) teatrinho londrino (e realmente bem fora do West-end!) e criou toda uma trama backstage involvendo a atriz principal (Glenda Jackson, maravilhosa, num “cameo”) que prendeu o pé na linha do bonde (!!!) e quebrou-o, sua substituta (Twiggy) que é obrigada à assumir o papel principal sem nunca ter estado num palco, uma dancarina que quer ser “a” estrela (maravilhosamente interpretada por Antonia Ellis que viria a transformar-se na poderosa produtora de “Sex and the city”), um produtor de Hollywood, Mr. DeThrill (um nome realmente incrível!) interpretado por Vladek Sheybal, que está assistindo à peca e “sonha” com todos os números num explendor hollywoodiano maravilhosamente pesquizado por Ken e sua esposa (a costume designer Shirley Russell) e vários dos atores que faziam a “compania” de Ken Russell (costume que foi muitos anos depois também aderido por Woody Allen: trabalhar com os mesmos atores! Que sábio!) como Moyra Fraser, Georgina Hale e Max Adrian. Notem a presenca no elenco do grande coreógrafo e diretor da Broadway (Grand Hotel), Tommy Tune (no papel, criado sob medida para ele, do sapateador “Tommy”) e de um maravilhoso e talentosíssimo, já falecido, Christopher Gable no papel do “namoradinho” (um dos bailarinos ingleses que fez parte de uma geracao totalmente injusticada e ofuscada pela chegada de Rudolf Nureyev ao mundo ocidental e ao Covent Garden, mas isto já é uma outra estória e bom material para uma postagem futura).

Sei que na próxima semana vou divertir-me loucamente revendo este filme... Desejo uma boa Páscoa para todos! Até breve!

terça-feira, 18 de março de 2008

Sir Noël Coward - o fantástico Noël Peirce Coward 1899 - 1973


É muito difícil falar de um genio e de suas criacoes, suas pecas de teatro, suas músicas, sua articulacao, seu poder verbal, seu mérito, sua heranca... nenhuma palavra pode substituir o que os ingleses chamam de "wit" mas Coward nao é so "wit".

Ele (e Gertrude Lawrence - vide minha postagem "Lady (really) in the dark") simbolizaram tudo que os ingleses achavam "most charming and amusingly gay" durante o final dos anos vinte e nos anos trinta. Marcantes foram duas producoes nas quais os dois trabalharam juntos: a inesquecícel "Private lives" (c/ um jovem Laurence Olivier num papel coadjuvante) e a complicadíssima "Tonight at 8:30". Por que complicadíssima? Estas "noites de teatro" eram compostas de 10 pecas de um ato... à cada noite eram encenadas tres... O público nunca sabia quais, às vezes a decisao era tomada duas horas antes das performances... Nada fácil para os atores, de acordo, mas imaginem só os coitados atrás dos bastidores... camareiras, técnicos, iluminadores...

Nos anos 40, durante a guerra, Coward embarcaria em águas mais sérias e profundas como com o seu filme imortal "In Which we serve" (1943) para o qual ele compos todas as músicas e também, além de estrelar, co-dirigiu com um jovem diretor que se transformaria num nome muito importante no cinema: David Lean. Este filme recebeu uma mencao honrosa durante a cerimonia do Oscar.

George IV, um amigo pessoal, quiz que o governo presenteasse Coward com um título de "Knight"... Winston Churchill, apesar de ser um amigo pessoal de Coward, bloqueou esta decisao por achar o estilo de vida de Coward "too flamboyant"... o que nao era segredo em Londres.

Nao é à toa que foi descoberto, que Coward, talvez por seu homossexualismo, estava na lista negra dos alemaes e que se Inglaterra tivesse sido invadida, ele junto à muitos outros, teria sido preso e executado.

O que nao se sabia porém até pouco tempo: Coward trabalhou durante toda a guerra para o Secret Service ingles. Gosto de coragem!!!!!!

Uma de suas contribuicoes, para mim, mais marcantes para o mundo é uma pequena composicao baseada numa "lavender selling song", cuja melodia tinha sido "roubada" pelos alemaes e usada como base para o hino "Deutschland, Deutschland über alles". Coward decidiu durante a guerra que esta cancao deveria voltar "para casa", para suas raízes, para seu povo e escreveu este canto de amor para sua cidade, da qual ele estava muito orgulhoso... e é verdade: como o londrino foi bravo e corajoso durante a II guerra mundial... aqui o texto da cancao que foi, genialmente intitulada "London pride" - Orgulho de Londres - uma florzinha amarela que nasce louca- e desvairadamente durante um curto período da primavera em qualquer canto de Londres... ela é frágil e delicada de aspecto mas como ela é forte!


London Pride has been handed down to us.
London Pride is a flower that's free.
London Pride means our own dear town to us, And our pride it for ever will be.
Woa, Liza, See the coster barrows, Vegetable marrows And the fruit piled high.
Woa, Liza, Little London sparrows, Covent Garden Market where the costers cry.
Cockney feet Mark the beat of history. Every street Pins a memory down.
Nothing ever can quite replace The grace of London Town.

There's a little city flower every spring unfailing Growing in the crevices by some London railing, Though it has a Latin name, in town and country-side We in England call it London Pride.

London Pride has been handed down to us.
London Pride is a flower that's free.
London Pride means our own dear town to us, And our pride it for ever will be.
Hey, lady, When the day is dawning See the policeman yawning On his lonely beat.
Gay lady, Mayfair in the morning, Hear your footsteps echo in the empty street.
Early rain And the pavement's glistening. All Park Lane In a shimmering gown.
Nothing ever could break or harm The charm of London Town.
In our city darkened now, street and square and crescent,
We can feel our living past in our shadowed present,
Ghosts beside our starlit Thames Who lived
and loved and died Keep throughout the ages London Pride.

London Pride has been handed down to us.
London Pride is a flower that's free.
London Pride means our own dear town to us, And our pride it for ever will be.
Grey city Stubbornly implanted, Taken so for granted For a thousand years.
Stay, city, Smokily enchanted, Cradle of our memories and hopes and fears.
Every Blitz Your resistance Toughening, From the Ritz To the Anchor and Crown,
Nothing ever could override The pride of London Town.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pafúncio e Marocas




Alguém ainda se lembra destes maravilhosos personagens? "O" exemplo mais incrível do que conhecemos como "novos ricos". As fantásticas estórias de um casal de classe operária. Um belo dia Pafúncio ganha numa corrida de cavalos e à partir deste ponto a maior parte do humor contido nestas histórias do início do século, se concentra nas tentativas (detallhe: TENTATIVAS) de Pafúncio e Marocas para atingir uma posicao na Alta Sociedade. Todos os clichées estao presentes... da falta de gosto de Marocas até à "gota" de Pafúncio... a filha era bonitinha porém completamente insípida... uma noz realmente oca!

O que poucos sabem é que estas estórias comecaram à ser imprimidas nos E.U.A. ainda em 1913... o título original? "Bringing up father". Estas clássicas "tirinhas" foram baseadas numa peca teatral chamada "The rising generation" (alguma coisa como "a geracao emergente" he he... mas que tema mais interessante e atual!).

Lembro-me muito quando meu pai uma vez adoeeceu e ficou algumas semanas de cama... Ele recebeu de presente um livro encadernado só com estórias de Pafúncio e Marocas. Como ele ria... infelizmente este livro sumiu. Uma pena...

Vi no e.bay fascículos de Bringing up father para serem leiloados por $ 250,- . Incrível, nao?
De qualquer forma um grande marco na história moderna de ilustracao. Muito humor, muito estilo... Chapeau!

Ginger sem Fred...

Ginger realmente recebia melhores textos nos filmes em que trabalhava sem Fred... bem mais de acordo com sua personalidade.

Aqui um pouco de Ginger "at her very best"!


* "We'll show 'em a thing or three."
* "Is annoying people your life's work?"
* "You know, it isn't that gentlemen really prefer blondes. It's just that we look dumber."
* "It takes a lot of brains to be dumb."
* "If you're trying to annoy me, you certainly are succeeding."
* "I refuse to be a bowl in a gold of fish."

* "Me? That's not me! Do you think I'd be caught dead in that cheap negligee?"
* "If we get married now, I can start divorce proceedings in the morning."
* "You don't kiss like you look."

* "I wanna sin and suffer, and now I'm only sufferin'."
* "Cigarette me, big boy."
* "I wish I'd been born lucky instead of beautiful and hungry."

* "We started off on the wrong foot. Let's stay that way."
* "Listen, when I want a family, I'll get married and do it right!"
* "It ain't what people is, it's what other people thinks about 'em."
* "My! You look like something the cat dragged in and then dragged out again."

segunda-feira, 10 de março de 2008

Goodbye to Berlin!


Passar uns dias em Berlim. Bom! Visitar meu amigo Cláudio. Melhor ainda! Dois dia e meio de papo, muito papo... Filmes e filmes... Nossa, até os olhos comecarem à doer de tantos dvds.

Tanta coisa para contar, atualizar... Novas informacoes. E ainda uma olhada na interessante producao de Cabaret feita por ele em St. Gallen com um "outro" enfoque sobre o destino de Sally Bowles no final, da qual gostei muito. Estou de volta à Viena, com uma gripe daquelas: estar de molho em casa com o tempo maravilhoso lá fora está chato... Bem, de volta aos livros, dvds etc...

Aqui uma cópia do cartaz do filme que se chamou "I am a camera", com uma incrível Julie Harris, que por sua vez foi inspirado na peca homonima, que foi baseada no livro "Goodbye to Berlin" de Christopher Isherwood... todos inspiraram a peca (e depois filme) "Cabaret". E lá estamos de novo às voltas com Sally Bowles...

Camelot (1969)

This film is great but (don't misunderstand me) it took too long to be made... a small hit on Broadway in 1960 (it opened on dec.3rd 1960 and people expected a new "My fair lady") with Burton, Andrews and Goulet, it really did match a whole "concept" that was very actual at that time: the "perfect" America (it was JFK's favourite Broadway show), the perfect state… better marketing than that?
The world had changed quite a bit by 1968/69. Woodstock, Vietnam were happening, JFK and Bob had been shot, Janis Joplin was singing (terribly in fact) “Summertime” and a more realistic group of moviemakers was working on films like "Easy rider", "They shoot horses, don't they?" etc.

Was there still place for such dreams like the ones from Camelot?

Richard Harris is a great King Arthur, Vanessa Redgrave a beautiful Guenevere although her singing voice (or, better said, lack of) is far too inexpressive. I wonder how Andrews would have recreated her original role... Joshua Logan could not be persuaded to let her play Guenevere for lack of sex-appeal... the "von Trapp/Poppins image" would continue to haunt her for many years to come… quite a damaging thing to the career of this actress... Josh Logan even said sarcastically: Can you imagine two whole nations declaring war to each other because of Julie Andrews???? Franco Nero is great to look at, but seems to be crying all the time.

Vanessa who had just finished “Blow up” started a love affair with Franco Nero during filming of this picture. She got pregnant and “shocked” the world and the movie industry when she freely walked down the aisle during the Oscar ceremony, barefoot, quite pregnant and “out of wedlock”… My God, how times have changed. She was to play another “free woman” quite soon in “Isadora” (more about that some other time!), another film that, along with Camelot, influenced the hippie-fashion strongly!

Production was sumptuous etc. and although it became nowadays sort of a "museum piece", quite dusty in fact, it is still marvellous to watch... it has such magic!

Well, that is what Camelot was all about, isn’t it?

domingo, 2 de março de 2008

Lady (really) in the dark (1944)


Lady in the dark: Um filme muito mal compreendido e práticamente esquecido de 1944.

Baseado na peca (como cedilha faz falta...) homonima o filme narra as aventuras de Liza Elliott com o detalhe que todos os números musicais sao sequencias de "sonhos" enquanto ela é analisada pelo seu psiquiatra, o que, para a época, ainda era um tema bastante novo, principalmente para um musical!

Este (música de Kurt Weill, Libretto de Ira Gershwin) foi dirigido pelo nao muito brilhante Mitchell Leisen. Um detalhe porém é bastante interessante:
Na vida de Mitchell Leisen havia uma coisa que ele realmente detestava mais do que tudo:
A música de Kurt Weill.

Entao qual foi a solucao que ele encontrou? Cortou a maioria das músicas, encurtando assim muito as sequencias dos sonhos e transformando o filme num "outro" musical.
Na época toda a publicidade se concentrou no preco do guarda-roupa de Ginger - inclusive o vestido de mink usado na sequencia do "Circo" (na qual ela canta "The saga of Jenny", um número que foi mantido do original da Broadway e que era realmente "o" show-stoper deste espetáculo!) que na época custou a quantia absurda de US$ 35.000,- (vide foto acima!) Nao esquecamos que o mundo estava em guerra em 1944 e um costume deste preco... hoje em dia isto nao seria políticamente correto.
By the way: Ginger está maravilhosa neste filme, principalmente em "Jenny". Este é talvez um de seus melhores papéis, depois de "Roxie Hart" (que inspirou muita gente... mais sobre "Roxie", Chicago, Gwen Verdon & Cia. numa postagem futura!). Ginger nao está interpretando Ginger - o que foi muito comum na série de filmes que fez nos anos 40 depois do seu Oscar por "Kitty Foyle" em 1940 (um outro filme no qual os trejeitos gingerianos nao faltaram "en masse"). No palco Liza Elliott foi criada por Gertude Lawrence que lutava todas as noites com um novato chamado Danny Kaye que estava roubando o show (na sequencia do circo). Sua "cancao" foi cortada (na qual ele só citava nomes de compositores russos) para o filme e seu papel foi interpretado por um estático Misha Auer. Pelo menos Ginger nao teve o mesmo problema de Gertrude: cantar seu show stoper exatamente depois que Danny Kaye terminava o seu... Nesta sequencia também aparece um (visívelmente) tenso Ray Milland... cantando!!!!!!!!
Há tres semanas eu consegui este filme num leilao do e.bay. Viva o e.bay!!! Eu só buscava este filme há uns 30 e tantos anos - adicione quantos "tantos" quizer à estes trinta... Devem ser quase quarenta! (Lembro-me de te-lo assistido ainda crianca, na entao famosa "sessao das duas" da Globo! Ainda existe?). E por incrível que pareca: O filme é realmente como eu me lembrava!

Uma das melhores "linhas" da peca e do filme (na sequencia de sonho, na qual Liza é famósissima, muito bem sucedida, chiquérrima, inteligentíssima. pessoa central na alta-sociedade, amiga pessoal do presidente, uma rainha do "glamour" etc. e tal) é:

"Oh, how lovely to be me...
If there's party I'm always the host of it,
If I'm in town I'm always the toast of it,
If there's a haunted house I'm always the ghost of it"

sábado, 1 de março de 2008

Miss Tallulah

Tallulah Bankhead, que maravilha... Alguém aqui conhece "Lifeboat" de Hitchcock?
Uma personalidade "larger than life". Nao é por menos que Bette Davis inspirou-se tao menuciosamente nesta "imagem cliche" de atriz... Bette, como Margot Channing (A Malvada/ All about Eve, 1950) nao só usou o mesmo corte de cabelo de Tallulah na época como "usou e abusou" de bourbon, cigarettes e escova de cabelo durante o filme - os "essenciais" de Tallulah...

Tallulah, às vezes até mais conhecida pelos seus depoimentos do que realmente pela sua arte... bem, pelo menos para nós que nao tivemos a oportunidade de ve-la brilhando nos palcos da Broadway como por exemplo em "The skin of our teeth" de Thorton Wilder ou "The little foxes" de Lillian Hellmann, entre outros, por uma "technicality" chamada "tempo"...

Aqui algumas de suas inesquecíveis exclamacoes:

* If I had to live my life again, I'd make the same mistakes, only sooner.

* It's the good girls who keep diaries, the bad girls never have the time.

* Nobody can be exactly like me. Sometimes even I have trouble with it!

Uma de suas mais "gostosas" exclamacoes, aconteceu porém quando, durante uma festa numa roda muito animada, ela, foi informada que cocaína "viciava"... uma indignada Tallulah, para quem esta opcao era incogitável, respondeu: "This is absolutely ridiculous. I should know it, I've been taking it since years!".

Porém, para mim, a estória mais "talluliana" que conheco foi-me contada um dia em N.Y.por "alguém que conheceu alguém, que foi sobrinho de um amigo de alguém que teve como conhecido a ex noiva de um futuro jornalista" (nota da redacao: nao sabe-se porém o que aconteceu com o dito jornalista).

Tallulah, que sempre chegava atrasada à qualquer lugar devido à sua "afeicao" à "bourbon & cigarettes", chegou também neste determinado dia muito atrasada à portaria de seu prédio na Park Ave., aonde lhe esperava este jovem futuro jornalista acima mencionado, para uma entrevista. Tallulah sofria de um problema cronico, realmente terrível, de "gases". Subindo juntos no elevador para seu apartamento, Miss Tallulah nao pode mais controlar-se... O ex-futuro jovem repórter perguntou embasbacado: "Miss Tallulah, did you fart?" Ela simplesmente repondeu sacudindo os ombros: "Of course, dahling! Or do you think that I smell like this all the time?".

Folclore? Talvez mas de qualquer forma: Bravo Tallulah!!!!! Espero que voce esteja numa versao de um American Bar, lá no céu, sempre "outrageous", aproveitando seus cigarros & bourbon e usando sua famosa escova.

Que bom que voce nao viu no que a América do Norte transformou-se... Logo voce com seus cigarros! God bless, Dahling!

P.S. Só para constar: "Miss" Tallulah fez moda da palavra "Darling" que ela, no seu sotaque sulista, pronunciava "Doahling"!