terça-feira, 28 de dezembro de 2010

William Saroyan e uma mensagem para 2011, para um pleno Ano-Novo!


O final deste ano trouxe-me mais um presente – o até então para mim desconhecido trabalho do escritor armenio-americano William Saroyan. Fascinante seus escritos, suas idéias… todo um trabalho complexo repleto de filosofia, sabedoria e de tantas facetas!



Com cada página que leio torno-me mais "fã" deste homem que parecia usar as palavras com grande facilidade... Como água descendo um córrego nas montanhas... como diria-se em castellano: con "fluidez" (la capacidad de un hablante de expresarse correctamente con facilidad y espontaneidad).

Estas palavras tornaram-se para mim tão inspiradoras que não consigo resistir a colocá-las aqui como uma mensagem para todos os leitores de “Tertúlias” para 2011! (inclusive com uma livre tradução minha feita ontem)

Um feliz Ano-Novo a todos!


"In the time of your life, live.
Seek goodness everywhere, and when it is found, bring it out of its hiding place and let it be free and unashamed.

Discover in all things that which shines and is beyond corruption.
Be the inferior of no man, or of any men be superior.
Remember that every man is a variation of yourself.

In the time of your life, live -
so that in that wondrous time you shall not add to the misery
and sorrow of the world,
but shall smile to the infinite delight and mystery of it."

William Saroyan


(Durante o tempo de sua vida, Viva.
Procure bondade em todos os lugares e quando esta for encontrada, traga-a para fora de seu esconderijo e deixe-a ser livre e descarada.
Descubra em todas as coisas aquilo que brilha e está além de corrupção.
Seja o inferior de nenhum Homem, ou não seja superior a nenhum Homem. Lembre-se que todo Homem é uma variação de Voce mesmo.
Durante a época de sua vida, Viva. - assim para que neste tempo prodigioso voce não venha a acrescentar nada à miséria e tristeza do mundo, mas possa sim sorrir para o infinito encanto e mistério dele)
(Tradução livre de Ricardo Leitner, 27.12.2010)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Merry Christmas!!!!

Desejando a todos voces lindas Festas... cheias de paz, harmonia, calma, serenidade e amor! No real espírito natalino...

Hoje mesmo saímos para comprar o pinheiro de Natal. Conseguimos um lindo, de 3 metros de altura. Está agora no balcao esperando para ser decorado no dia 24.12. (aqui a árvore só é montada no dia de Natal).



Este ano estou mais uma vez muito feliz e grato... Passarei os dias de Natal em grande companhia. Minha querida mae veio do Brasil para passar esta época do ano comigo! Ontem visitamos um dos "mercados de Natal", no palácio Schönbrunn... discretamente decorado... Muito frio, neve, vinhos quentes, castanhas assadas... e apesar de muita gente, tudo muito calmo... Natal... uma delícia!



Divido esta felicidade aqui com todos os seguidores, amigos e leitores das "Tertúlias". Sim, os grandes incentivadores deste salao que transformou-se no nosso ponto de encontro e que me dá a oportunidade de contar e dividir tantas coisas que sao tao importantes para mim!

Obrigado "from the bottom of my heart" por todo o apoio e carinho! É um presente que recebi o ano inteiro... Como se o Natal tivesse 365 dias...

Feliz Natal e muita PAZ para este mundo nosso, que é tao frágil, queridos!

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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Rachmaninoff, "Rhapsody", Sir Frederick Ashton e um fabuloso pas-de-deux...

A variação # 18 de “Rapsódia sobre um tema de Paganini” (composta em 1936) não pertence definitivamente à minha música predileta. Talvez por achá-la demais «lugar comum» ou não muito inspirada ou simplesmente demasiadamente «melodramática» para meu gosto. E logo eu, que simplesmente venero o trabalho de Rachmaninoff (inclusive todo o resto de “Rapsódia”).



Mas isto não impede a minha admiração por “Rhapsody Pas-de-Deux”, criado pelo magnífico Sir Frederick Ashton em 1980 para Mikhail Baryshnikov e Leslie Collier (tão respeitada por sua criação de “Manon”). E sabem por qual ocasiao? O octagésimo aniversário da “Queen Mom” no Albert Hall…



Imaginem só ter um Ballet criado para voce como presente de aniversário… Quem me dera!

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Peanuts", Sally, "My new Philosophy" & Kristin Chenoweth!



Não posso mais lembrar-me de quando comecei a ler „Peanuts“. Sei que foi nos anos 60 e sei que não parei realmente até hoje. Me fascinam todas essas "personalidades" (Será cada uma realmente uma pequena parte do autor? Assim como as marionetes em "Lili"?). Tenho não sei quantos livrinhos em casa, amarelados pelos anos em que vem me acompanhando, e mesmo as vezes conhecendo-os „de cor e salteado“ não me canso de pobre Charlie Brown, o eterno perdedor



e das maravilhosas exclamações da incrível e incansável Lucy,



principalmente durante as sessões de análise que dá por 5 cents.



Adoro os pensamentos filosóficos de Snoopy e o lindo Woodstock, que mal consegue voar mas tendo os dons da datilografia e da estenografia é, por assim dizer, o secretário oficial de Snoopy.



Amo Schroeder, sua paixão por Beethoven e seu pianinho, no qual as teclinhas negras são só pintadas (e a desenfreada paixão que Lucy sente por ele),



E Marcie (incrível!), que chama sua amiguinha sempre de “Sir”



e Linus, irmãozinho de Lucy, ainda dependente emocionalmente de uma mantinha que carrega para onde vai.



Apaixonada por ele é Sally, Sally Brown, a irmã menor de Charlie. Esta sim, apesar de ser uma “coadjuvante” em “Peanuts”, é uma das minhas preferidas, senão a grande preferida! De uma eloquencia maluca! Genial!!!!



Sally simplesmente ODEIA a escola e tenta com as desculpas mais esfarrapadas ficar longe dela. Ela sempre sente que tem a razão e é muito difícil convence-la do contrário… ela tem uma forma de olhar para a vida e querer passar por ela fazendo o mínimo possível. Adoráveis são suas confusões idiomáticas causadas pelo seu “malapropismo” (substituir palavras por outras de som parecido mas de outro significado): por exemplo “violins breaking out” no lugar de “violence breaking out” ou “controversial French” em vez de “conversational French”. Simplesmente deliciosa!!!



E Sally também desenvolveu frequentemente “novas filosofias” sobre a vida… Estas são ainda mais maravilhosas!!!!

As vezes dizendo coisas como “Sempre teremos Minneapolis” (referindo-se ao famosíssimo “Sempre teremos Paris” de Bogart para Bergman em “Casablanca”). Outra vez Sally declarou que sua filosofia era simplesmente a palavra “Não”, o que passou a ser sua resposta a partir deste momento para toda e qualquer pergunta. Vejam o video…

Cada personagenzinho de Charles Schulz (o criador e desenhista de “Peanuts” desde os anos 50 até sua morte em 2000) é de uma complexidade impressionante. Todos são riquíssimos em termos de vida, experiencias, coerencias, todos tem um passado, uma vida fora do que vemos nas tirinhas. Um lindo trabalho! Coisa de genio!!!!

Notei numa das minhas últimas postagens que muitos não conheciam Kristin Chenoweth, esse novo “darling”, de imenso talento, dos palcos, tv e cinema americanos.
Resolvi colocar mais sobre ela aqui no futuro (Recomendo porém uma postagem que já fiz há algum tempo atrás sobre “Candide” de Voltaire, opereta de Bernstein na qual ela brilhou. Vide minha postagem de 16.01.2009, uma outra faceta de Kristin… operática… que técnica e que humor! É só clicar no «arquivo Chenoweth Kristin» um pouco mais abaixo, ao lado direito das “Tertúlias”). Um enorme talento!



Em 1999 Kristin Chenoweth interpretou Sally no musical “You’re a good Man, Charlie Brown” e levou para casa um “Tony Award” como melhor “featured actress”, num de seus primeiros trabalhos.



Charles Schulz
lhe disse que ela era atriz perfeita para interpretrar Sally! E ela é mesmo… atrevida, neurótica, mandona, metida, cheia de si e de muita energia… a própria Sally! Um momento repleto de MUITO talento! Enjoy!

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Prima Donna, Paris & um bom cliché...

Se sou muito sincero, tenho que admitir que sou “bem chegado” a um cliché,



Adoros mesas de Natal cheias de opulencia, considero o Egito o cliché de um país para uma clássica viagem cultural assim como Paris em abril perfeita (foi o que fiz no meu último aniversário !), fazer compras pré-Natalinas em Londres no Harrods, ir a Portugal e comer bacalhau, assistir «O quebra-nozes» na época do Natal…

Da mesma forma adoro “personas” como Cauby e Angela Maria, o cliché dos “cantores do povo”, malandro de sapatos brancos, cartão postal com vista do Pão-de-Açúcar, prato de borboleta, a janela de minha cozinha no inverno com a vista (cartão postal) de árvores nevadas, “Orfeu Negro” com as mulheres levando latas d’água na cabeça para a favela, Ovo de Páscoa… Clichés…

No mundo das artes adoro o eterno cliché das divas:



Callas, Tebaldi, Schwarzkopf, Pavlova, Duncan, Garbo, Anita Ekberg como diva suéca em "La Dolce Vita",



Lina Lamont
em «Singin’ in the Rain» e por aí vai a lista…

Talvez seja este o motivo de tanto gostar desta cena abaixo… Não gosto do trabalho de Andrew Lloyd Weber (os seus clichés musicais são demais, até para mim!), nem de “O Fantasma da Ópera” no palco e no cinema MAS amo a qualidade visual desta cena e de tudo que ela exalta.



Carlota. Prima-Donna. Claro, um dos maiores clichés. Desde o Champagne bebido nos sapatos até as jóias e toda a bajulação feita ao redor dela (Incluíndo o cliché do mundo da Ópera em França).
P.S. Adoro a entrada das bailarinas no final... é a única parte na qual a música realmente me agrada!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Baryshnikov, Giselle, 1977 e um amor descabido...

Eu jamais encontrarei as palavras corretas para sequer tentar descrever Baryshnikov e sua Arte...



Aqui um curto clip de “Giselle” no mesmo ano em que «The turning Point» foi filmado (1977). Notem a exatidão de sua performance comparada à versão filmada (Na qual executa a mesma variação). A princípios pensei que era a mesma cena, filmada de outro angulo, mas depois de reve-la várias vezes posso afirmar com toda certeza que não se trata do mesmo take…

Misha at his best!


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E aqui o Trailer de “The turning Point”, filme de célebre sensibilidade que acaba com o seguinte diálogo entre Dee-Dee (MacLaine) e Emma (Bancroft), comentando sua filha/ afilhada, Amelia. Diálogo que tão bem descreve este amor descabido que um bailarino sente por sua arte...

Dee-Dee: Oh Emma, if only she knew everything we know…
Emma: It wouldn’t matter a damm!

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